O Núcleo de Estudos Clássicos da UnB surge em continuidade ao Centro de Estudos Clássicos, criado por Eudoro de Souza em 1965. Lá eram formados estudantes nas áreas de Língua e Literatura Clássica, Filosofia Antiga, História Antiga e Arqueologia. Durante a ditadura, no entanto, os centros interdisciplinares da UnB foram extintos, e a estrutura departamental recrudesceu.

 

Tal situação foi responsável por um eclipse temporário dos estudos clássicos na nossa universidade, até que Emanuel Araújo, antigo aluno de Eudoro de Souza, criou, em 1994, o Núcleo de Estudos Clássicos, vinculado ao departamento de História, no qual era professor. No início dos anos 2000, tendo falecido Araújo e se aposentado Sônia Lacerda, professora que também integrava o núcleo, novamente se notou uma diminuição nas atividades do mesmo.

 

No final da década, todavia, os esforços dos professores José Otávio Nogueira Guimarães, que também participava do núcleo no departamento de História, se unem aos de Gabriele Cornelli, de Filosofia, Sandra Rocha, de Grego Antigo e a Marcus Mota, de Teatro. Eles tinham o objetivo comum de fazer existir novamente um centro multidisciplinar de estudos clássicos, e isso foi possível vinculando o núcleo ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM). Na mesma época novos professores chegam à Universidade, atraídos pelos concursos Reuni, em sua maior parte, e passam a compor o NEC/CEAM.

 

Nos dias de hoje, a especialização precoce dos pesquisadores universitários é muitas vezes lamentada. Tal tendência se revela ainda mais inadequada à formação de pesquisadores que escolheram se dedicar às culturas da antiguidade grega e latina, objetos de estudo que parecem desafiar as delimitações disciplinares modernas. A importância do NEC/CEAM na UnB ganha, assim, uma dimensão ainda maior, como instância em que os diálogos e discussões em torno da antiguidade grega e latina têm livre curso entre as diferentes áreas do saber.

 

 

Por Agatha Bacelar e Loraine Oliveira